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O que define um bom brinquedo? Parte 1

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Caixa de Cereais transformada em labirinto de berlindes

À medida que os cientistas vão revelando mais dados objetivos sobre o papel fulcral do jogo e do brincar no desenvolvimento e na aprendizagem humana, mais se torna essencial pensar nos brinquedos e jogos que damos aos nossos filhos e sobre a forma como nós, adultos, encaramos o “processo” de brincar.
Brincar/ jogar são atividades de exploração, de experimentação, de recreação e de aprendizagem pessoal e social. Na base do “processo” está obviamente a pessoa que brinca – com os seus interesses e competências pessoais; mas os dois outros vértices deste triângulo são igualmente fundamentais: por um lado os objetos com que se brinca/ joga; por outro, o meio social que rodeia a brincadeira/ jogo. Todos estes representam fatores a que devemos estar atentos, sobretudo quando o que queremos é estimular o desenvolvimento e a aprendizagem da criança, duma forma natural, divertida e motivante. Na primeira parte deste texto vamos centrar-nos nas caraterísticas que definem um bom brinquedo ou jogo.
A principal caraterística é também a mais óbvia: um bom brinquedo/ jogo tem que motivar os seus utilizadores; tem que provocar um bem-estar e um prazer na sua utilização, que desperte o apetite para voltar a utilizá-lo e até mesmo reinventá-lo. Neste capítulo, se falamos de crianças sabemos que na maioria das vezes não são os mais exuberantes que provocam entusiasmo, mas sim aqueles que vão ao encontro do fantástico da criança, ou seja aqueles que elas concebem serem capazes de ser um veículo para a realização das suas fantasias: pode ser uma bola, que me vai tornar no futuro Cristiano Ronaldo; uma casa de bonecas que me vai tornar numa mulher inteligente e esbelta como a mãe; ou até uma simples caixa de cartão que vem com a promessa de se tornar num avião igualzinho aos que o pai mostrou naquela vez que passaram pelo aeroporto! Um bom brinquedo raramente é “o da moda” (desenhos animados e “companhia”), pois esses são “pré-formatados”, criados atendendo aos fenómenos de massas e raramente despertando o sentido criativo das crianças!
A segunda caraterística que deve avaliar é a segurança. Na União Europeia a marca CE é uma primeira garantia de aquele produto foi avaliado e é seguro, para os fins e a idade indicada na embalagem. No entanto, são conhecidos variadíssimos casos de produtos que acabam por ser retirados ou que provocam acidentes. A indicação do tipo de tintas utilizadas e a atenção às caraterísticas físicas dos brinquedos não devem ser descurados (objetos cortantes ou mal acabados, peças amovíveis, etc.) – lembre-se que embora se diga que “no tempo em que éramos crianças não se ligava a essas coisas e sobrevivemos”, a verdade é que há 20 anos atrás não havia um centésimo dos fabricantes de brinquedos que existem hoje… ou seja, hoje haverá certamente cem vezes mais fabricantes pouco preocupados com o bem-estar da criança! Aconselhamos também que verifique dados como a proveniência das madeiras (se são fabricados em madeiras provenientes de florestas de corte controlado) e se são fabricados a partir de materiais reciclados e recicláveis!
Em terceiro lugar destacamos o nível de dificuldade e a versatilidade do jogo/ brinquedo. Por norma essa indicação é dada a partir da “idade recomendada”; mas isso é manifestamente redutor e pouco claro. Um jogo/ brinquedo deve ser sempre um desafio e por isso deve “crescer” com os seus utilizadores. Um puzzle pode tornar-se num jogo de observação ou servir de base para contar uma história; um bom jogo de tabuleiro pode ser jogado a diferentes níveis; e um bom brinquedo para bebé vai estimular várias competências que acompanhem o desenvolvimento da criança por algum tempo. Um bom jogo/ brinquedo deve por isso ser versátil. Leia com atenção a descrição do brinquedo/ jogo e procure saber se há variantes de utilização (que normalmente indicam diferentes níveis de complexidade) ou então tente imaginar para que pode servir aquele brinquedo se estiver no quarto do seu filho no próximo Natal – se achar que ele vai servir exatamente para a mesma coisa e que vai ser utilizado da mesma forma, então provavelmente este não é um bom brinquedo/ jogo. É por isso que dizemos que a larguíssima maioria dos jogos de consola e computador são maus mediadores de brincar para crianças. Salvo raras exceções, são pré-formatados, fornecem um “caminho” fechado para a resolução dos problemas e espoletam uma baixíssima taxa de interacção social e criativa: são puros instrumentos de recreação; pouco mais! Se comprar este tipo de jogos para o seu filho, sugerimos que tenha em conta a capacidade de personalização do jogo (das personagens, do cenário, etc.), o enredo por detrás do jogo (que história é que está a contar ao seu filho) e quais as possibilidades de estimular a socialização com outras crianças ou com os adultos através dele.
No próximo texto abordaremos os restantes vértices do triângulo de brincar e aprender…

Boas brincadeiras… divertidas e construtivas!

A equipa pimpumplay


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